terça-feira

O MEC E OS CURSOS DE JORNALISMO

MUDANÇAS NO JORNALISMO Discussões acerca dos cursos vão além da questão dos diplomas Imparcialidade, ética, responsabilidade, idoneidade, estes são alguns dos atributos que um bom jornalismo deve ter para desempenhar seu compromisso social assegurando a democracia. Desde o ano passado as discussões em torno dos cursos de jornalismo, e da exigência ou não do diploma para esta área de atuação vem ganhando espaço nas universidades e órgãos ligados a imprensa nacional. Estão em jogo ainda questões como a qualidade do curso, seu tempo de duração e sua autonomia em relação às ciências sociais. Em novembro do ano passado o ministro da educação, Fernando Hadad, falou na possibilidade da criação de um curso de dois anos para bacharéis em outras áreas como direito e economia. Esta medida possibilitaria a estes profissionais complementarem sua formação sem a necessidade de cursar inteiramente o curso, durante quatro anos, reduzindo assim a formação em jornalismo a uma mera especialização. Esta medida deverá ser analisada até junho de 2009. Parece que a qualificação dos profissionais de jornalismo não é mesmo uma das maiores preocupações do MEC (Ministério da Educação). Além da possibilidade da redução da carga horária do curso, o Ministério não pretende cortar novas vagas nos cursos de baixa qualidade, diferente do que acontece nos cursos de direito, pedagogia e medicina. De acordo com Fernando Hadad, em entrevista concedida a o jornal Gazeta do Povo em novembro do ano passado, os cursos terão de assinar termos de saneamento de deficiência com o MEC depois de serem avaliados pelo Órgão. Diretrizes Curriculares No último dia 20, foi realizada a primeira de três audiências públicas para discussão das mudanças nos cursos de jornalismo. O evento realizado no Rio de janeiro contou com a participação de professores e pesquisadores da área jornalística que apresentaram sugestões à comissão criada pelo MEC para rever as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), por solicitação do Ministério da Educação. Estas diretrizes orientam as universidades na formulação do projeto pedagógico dos cursos de graduação. A próxima audiência prevista para o dia 24 de abril, será realizada em Recife e contará com a presença de entidades de classe, profissionais da área e representantes do mercado de trabalho. Na terceira e última audiência, a ser realizada no dia 18 de maio, serão ouvidos ainda os movimentos sociais e representantes da sociedade civil. Segundo Fernando Hadad, a mudança nas diretrizes curriculares do curso não depende da discussão acerca da exigência do diploma para jornalistas. A comissão de Especialistas em Jornalismo foi constituída pela Secretaria de Educação Superior (Sesu), através da Portaria 203/2009 para subsidiar o MEC no trabalho de revisão das diretrizes. Participaram da comissão representantes das Universidades Federais de Pernambuco, de Santa Catarina e do Recôncavo Baiano, além de representantes da Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo e Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A comissão contou ainda com a participação de Lucia Maria Araújo, do Canal Futura. O MEC disponibilizou um endereço eletrônico para que profissionais, estudantes e professores possam participar da consulta pública sobre as diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo, que englobam o perfil do profissional e as principais competências a serem adquiridas a partir de sua formação. Serão aceitas mensagens até o dia 30 de março, através do e-mail: consulta.jornalismo@mec.gov.br.

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